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Escaldões. O guia de sobrevivência que deve ler antes da próxima ida à praia

  • Foto do escritor: Ana Rita Rebelo
    Ana Rita Rebelo
  • 26 de jun.
  • 3 min de leitura

Fomos perguntar a uma dermatologista como tratar escaldões. E sim, estávamos a cometer muitos erros.



O perigo dos escaldões vai muito para além do desconforto imediato. As queimaduras solares podem ser altamente prejudiciais para a saúde, podendo acelerar o envelhecimento da pele ou pior. "O principal perigo é o risco aumentado de desenvolvimento de cancro cutâneo", conforme explica à hAll Filipa Diamantino, dermatologista na Clínica de Dermatologia Manuela Cochito.


Antes de mais, o que são escaldões?


Escaldões são queimaduras solares na pele provocadas pela exposição solar excessiva. São resultado de um dano nas células da pele causando uma resposta inflamatória aguda, provocado principalmente pela radiação ultravioleta B, a UVB.


Existem diferentes tipos?


Existem diferentes graus, como em outros tipos de queimadura: leve, que atinge apenas a camada mais superficial (a epiderme) e apresenta-se com vermelhidão (eritema), sensação de calor e dor local; e moderado a grave, que ataca a epiderme e parte ou totalidade da derme (a segunda camada da pele), sendo que, nestes casos, há eritema e dor acentuados, bolhas, mal-estar geral e até febre.


Escaldão e insolação são a mesma coisa?


A insolação é uma situação grave que resulta da exposição corporal a temperaturas elevadas por períodos prolongados de tempo. Há uma incapacidade do organismo em dissipar o calor e há aumento da temperatura corporal (>38-40º). Os sintomas são tonturas, dores de cabeça, confusão, náuseas, vómitos, hipotensão e possível perda de consciência. Pode ser fatal se não tratada.


Quais os perigos de escaldões constantes?


O principal perigo é o risco aumentado de desenvolvimento de cancro cutâneo: melanoma (o mais grave), carcinoma espinocelular e carcinoma basocelular. Outras consequências são o envelhecimento prematuro da pele (fotoenvelhecimento), assim como alterações da pigmentação: hiperpigmentação (manchas acastanhadas - os lêntigos solares) e hipopigmentação (áreas com manchas claras onde a pele perdeu a sua cor).


O que fazer para preveni-los?


Devemos evitar a exposição solar entre as 12 e as 16 horas, usar protetor solar com fator de proteção solar (FPS) > 30 para peles morenas e 50+ nas mais claras, reaplicar regularmente o protetor solar de duas em duas horas e sempre após o banho ou atividade que implique transpiração, usar vestuário protetor, chapéu e óculos de sol.


Pode apanhar-se um escaldão num dia nublado? E dentro de água?


Sim, pode apanhar-se um escaldão em dias nublados, porque 80% da radiação UV atravessa as nuvens. As nuvens filtram parte da radiação infravermelha, que é responsável pela sensação de calor. A ausência de calor leva a uma falsa sensação de ausência de radiação solar, o que leva a exposições solares prolongadas e sem proteção solar. A água também filtra apenas parcialmente a radiação UV. A radiação penetra até 30-50 cm de profundidade e o seu efeito é potenciado pela reflexão da luz solar na superfície da água e pela dificuldade em se perceber os sinais de queimadura dentro de água pelo efeito de arrefecimento.


O que fazer para não agravar um escaldão?


O mais importante é não continuar a expor-se ao sol. Depois, o tratamento adequado passa por hidratação oral, aplicar localmente compressas frias e húmidas, bem como creme hidratante para restabelecer a função barreira da pele e um corticóide tópico. Pode também ser feita terapêutica sistémica com anti-inflamatório ou anti-pirético.


A ida ao médico é obrigatória? Quais os sinais alarme que jamais devemos ignorar?


Os sinais de alerta que justificam a observação por um médico são queimaduras extensas com bolhas e dor persistente, sintomas sistémicos como sensação de mal-estar geral, febre, dores de cabeça e vómitos, assim como sinais de desidratação.

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