Maray celebra oito anos e dá (finalmente) o salto
- Ana Rita Rebelo
- 30 de out.
- 4 min de leitura
A coleção "The Edit" simboliza um salto literal e figurativo no percurso da marca. Em entrevista à hAll, Joana Trigueiros revela a coragem que impulsiona a marca, o conceito de versatilidade da coleção e a experiência de personalização que coloca as clientes no centro de tudo.

Há quem diga que um bom par de sapatos pode mudar tudo e, neste caso, é mesmo verdade. A Maray celebra oito anos de história com "The Edit", uma coleção que simboliza confiança, versatilidade e, acima de tudo, coragem - a palavra que Joana Trigueiros escolhe para resumir este momento da marca. "Tem sido um caminho cheio de decisões difíceis e o caminho nem sempre foi óbvio. Foi preciso muita coragem, mas sinto um orgulho enorme quando olho para trás e vejo o que construí até aqui", confessa à hAll.
À frente dos destinos da Maray desde 2019, a economista que trocou as multinacionais pelo calçado português vê nesta nova coleção "um salto" simbólico e literal. A linha assinala o lançamento do primeiro modelo de salto da história da marca, um marco que traduz a evolução natural do seu percurso.
E há mais. Entre 8 e 15 de novembro, a Maray vai lançar uma campanha cápsula de customização na sua loja de Alvalade, em Lisboa. A iniciativa permite às clientes criar versões personalizadas de modelos icónicos da marca - como o Blossom High, o Ayu Chunky ou o Mocassin Edit - a partir de um catálogo exclusivo de peles e cores. Cada par será feito por encomenda.
Se tivesse de resumir este momento da Maray numa palavra, qual seria?
Coragem. Tem sido um caminho cheio de decisões difíceis e o percurso nem sempre foi óbvio. Foi preciso muita coragem, mas sinto um orgulho enorme quando olho para trás e vejo o que construí até aqui. Espero continuar a contar esta história e com mais episódios de conquistas.
A Maray celebra mais um aniversário com uma coleção que marca "um salto" no percurso da marca. O que simboliza The Edit? Uma consolidação ou uma mudança de atitude?
The Edit tem por base o facto de a mulher poder "editar-se" as vezes que entender, sem precisar de mudar de sapatos. A sua versatilidade permite que se adapte a várias ocasiões do nosso dia, sem nunca comprometer o estilo ou o conforto. Já são oito anos de história e, a cada coleção, trazemos mais valor, mas, nesta coleção, acreditamos que "o céu é o limite".
O design da nova coleção parece mais afirmativo, com cores, texturas e volumes diferentes. É um espelho do que as clientes procuram ou reflete a maturidade da marca?
Talvez um pouco das duas. Fazemos este caminho com mais segurança agora do que antes. Estamos mais próximas do nosso cliente e temos liberdade para ousar mais. Tudo isto junto resulta numa coleção cheia de personalidade, em que a maior dificuldade é mesmo escolher.
O primeiro modelo de salto chega oito anos depois da criação da marca. Porquê agora?
A abertura de mais uma loja no ano passado obrigou-me a estar mais próxima do cliente, o que me permitiu pensar como poderia ir ao encontro das expetativas da mulher Maray sem ir contra o ADN da marca - design de qualidade e conforto. Assim nasceu a evolução da nossa bota Vintage (que é rasa) para a nossa primeira bota de salto.
A campanha de customização reforça a ligação entre a marca e as clientes. O que revela esta experiência sobre a relação entre a marca e as suas clientes? É um sinal de como imagina o futuro da Maray, uma "provocação" ao ritmo da indústria ou apenas um regresso às origens?
Acredito que estamos a entregar valor a um tipo de cliente que é cada vez mais exigente nas escolhas que faz. Editar e personalizar um modelo é levar ao extremo o lema desta coleção. É também uma hipótese que nos distingue no mercado. Sempre acreditei no valor do serviço e atendimento que prestamos, pelo que, uma vez mais, estamos a colocar o nosso cliente no centro da decisão do que usar.
A frase "You don’t need more. You need better" desafia o consumo desenfreado. Como se posiciona uma marca de moda para crescer sem entrar nesta lógica?
A Maray entrega qualidade e versatilidade. O facto de o mesmo par de sapatos ser versátil para grande parte das situações da nossa vida ajuda a que seja uma escolha bastante consciente. Temos clientes que nos visitam com sapatos MARAY nos pés há vários anos. Também acreditamos que as novas gerações estão a tornar-se mais cuidadosas nas escolhas, pelo que querem opções melhores e mais conscientes.
"Eventualmente, a nossa margem poderia ser maior se produzíssemos fora, mas não queremos um negócio de grande escala."
O feito em Portugal continua a ser central no vosso posicionamento. Como é que a Maray se mantém competitiva no mercado, mesmo quando muitas marcas optam por produção fora de Portugal para reduzir custos e aumentar volume?
Trabalhamos na sustentabilidade do nosso negócio e acreditamos no expertise da produção portuguesa, pelo que não queremos abandoná-la. Cuidar do que é nosso e mostrá-lo ao cliente faz parte do nosso trabalho. Eventualmente, a nossa margem poderia ser maior se produzíssemos fora, mas não queremos um negócio de grande escala. Trabalharemos sempre para que o valor do produto que entregamos seja o justo e que garanta margem suficiente para a saúde do nosso negócio.
Que próximos passos podemos esperar da Maray?
Em breve, lançaremos duas edições de Natal, com produção muito limitada, e mais novidades estão a ser trabalhadas. A seu tempo, partilharemos.
Numa nota mais pessoal, se pudesse convidar uma personalidade (viva ou histórica) para calçar Maray, quem escolheria?
A Marilyn Monroe. Existe uma citação da mesma que diz: "Dê a uma mulher o par de sapatos certo e ela conquistará o mundo". E eu acredito mesmo que, de Maray, qualquer mulher se sentirá pronta para qualquer desafio!












