Pais a beijar filhos na boca? Estivemos à conversa com um psicólogo
- Ana Rita Rebelo
- há 6 dias
- 2 min de leitura
A propósito do Dia do Beijo, que se assinala este domingo, a 13 de abril, a hAll falou com o psicólogo clínico Fernando Mesquita sobre um tema controverso e que continua a dividir tantas opiniões.

Beijar filhos na boca: sim ou não? Para muitos é visto como uma forma de expressar amor, enquanto para outros tantos é um ato impensável. Do lado dos especialistas, o psicólogo clínico Fernando Mesquita explica à hAll que "beijar na boca pode confundir a criança sobre os limites da intimidade, dificultando a compreensão do que é uma interação social apropriada à medida que crescem".
Embora a investigação científica não tenha ainda encontrado uma resposta exata a esta questão, o também sexólogo constata que "diversos estudos da psicologia do desenvolvimento mostram que a formação de limites saudáveis nas relações familiares é fundamental para o desenvolvimento da identidade e da autoimagem da criança". Como tal, "os pais devem procurar alternativas, como abraços e beijos na face, que proporcionem segurança emocional e contribuam para um desenvolvimento saudável da criança", defende.
"Os pais devem estar atentos às reações e ao conforto dos filhos medida que vão crescendo. Normalmente, os limites tornam-se mais evidentes por volta da pré-adolescência, quando as crianças passam a ter uma maior compreensão dos limites pessoais", refere também, sublinhando que há que "ter sempre em consideração a forma como a criança se sente".
Fernando Mesquita faz também questão de alertar que este comportamento pode ter implicações na saúde da criança. "Embora o ato em si possa parecer inocente, existem riscos psicológicos e também questões de saúde, relacionadas com a transmissão de infeções e bactérias, a serem considerados", lembra. "Além da saliva ser um meio de transmissão de infeções, incluindo mononucleose infeciosa e gengivite, beijar na boca também pode transmitir doenças como herpes labial. Isto torna-se particularmente importante em idades mais jovens, quando o sistema imunitário ainda está em desenvolvimento."
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