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Crítica. "Christy: A Força de Uma Campeã" prova que a luta mais dura nunca foi no ringue

  • Foto do escritor: Ana Rita Rebelo
    Ana Rita Rebelo
  • 25 de nov.
  • 2 min de leitura

"Christy: A Força de Uma Campeã" chegou aos cinemas a 13 de novembro. No quinto filme de David Michôd, o boxe é apenas o cenário visível de uma batalha muito maior.


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★★★☆☆


Há biografias que se limitam a celebrar feitos. Outras que tentam perceber o que ficou escondido entre manchetes e fotografias. "Christy: A Força de Uma Campeã", de David Michôd, posiciona-se do segundo lado da corda. A vida da durona Christy Martin - a primeira mulher a tornar-se uma estrela do pugilismo - podia ter dado origem a uma narrativa convencional, mas o filme ganha força justamente quando se centra na mulher que, durante anos, lutou para vencer um combate que nunca escolheu.


Michôd mostra a ascensão, os treinos, os combates e a exposição mediática, mas o foco está no que acontecia fora do ringue: o ambiente familiar conservador, a identidade reprimida e uma relação conjugal tóxica. Filha de um mineiro da Virgínia Ocidental - facto que lhe valeu a alcunha de "Coal Miner’s Daughter" - Christy começou a competir em 1989 e viria a reformar-se 23 anos depois, em 2012, deixando um legado que ainda hoje perdura. Pelo caminho, tornou-se a primeira mulher a surgir na capa da Sports Illustrated e conquistou um espaço que o boxe raramente concedia às mulheres.


A escolha de Sydney Sweeney podia, à partida, parecer improvável. No entanto, a atriz convence tanto na transformação física como na emocional. É credível na evolução física da pugilista, nos combates em Las Vegas e, sobretudo, nos momentos em que a vida pessoal de Christy começa a desmoronar.


É aqui que surge Ben Foster, irreconhecível como Jim Martin. O ator é protagonista das cenas mais tensas do filme - que não são as de punhos cerrados, mas aquelas em que o espetador percebe que ninguém conseguirá acudir Christy.


Ainda assim, nem tudo funciona. Com mais de duas horas de duração, a narrativa estende-se para lá do necessário e segue, por vezes, demasiado à risca as etapas clássicas do biopic. O filme teria beneficiado de menos vinte minutos. Contudo, mesmo sem reinventar o género, o realizador faz algo igualmente válido: lembra que as grandes lutas raramente são apenas desportivas.


Assista ao trailer abaixo:



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